Costumamos nos emocionar ao assistir filmes, séries e até desenhos animados. É interessante como conseguimos nos conectar com os personagens fictícios e nos sensibilizar com a morte, a separação ou a reconciliação, por exemplo.
No entanto, nem sempre conseguimos ter essa mesma atitude em relação ao nosso parceiro com quem convivemos há um bom tempo. Quando estamos passando por situações difíceis, uma grande tendência é reconhecer apenas o “meu” sofrimento como verdadeiro e legítimo. Simplesmente esquecemos que nosso companheiro também está sofrendo e está no mesmo barco.
Quando ficamos presos apenas a nossa dor, passamos a supervalorizar as características negativas do outro, como se fossem simplesmente defeitos de sua personalidade: “Ela é mimada”; “Ele é um idiota”; “Ele é um egoísta”; “Ela é uma chata”. Nessas situações toda a conexão do casal costuma ser perdida: não se lembram mais como se conheceram, o que o atraíram no outro inicialmente, quais as qualidades do companheiro, quais os sonhos do casal, etc.
Reconhecer que o outro também está sofrendo pode ser um grande passo na direção de reconstruir o relacionamento. Bem como uma grande possibilidade dos dois se conectarem novamente. Estou cada vez mais certo de que promover a conexão empática é um dos principais ingredientes de qualquer trabalho feito com casais (terapia, encontros, oficinas).
Gleison Pessoa
Terapia de Casal
Psicólogo
Comments